“O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta.” 

Miguel Torga in “Diário XII”

Quinta de Brunheda

A Quinta de Brunheda espalha-se por cerca 200 hectares de terra, encastoados nas margens do Vale do rio Tua. Este afluente do Douro, estende-se orgulhoso num bordado de cepas e videiras que gerações de mãos cuidadosas e sábias alinhavaram em xisto pobre. Assim é a Quinta de Brunheda, uma tapeçaria íngreme e sinuosa de vinhas, com bainhas de sobreiros e carvalhos, pontilhada aqui e além por oliveiras anciãs. O olhar também se perde em fragas colossais e cristas de granito milenares, esculpidas pelo rigor do frio e pelo calor extremo…

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Quinta da Mata de Cima

A Quinta da Mata de Cima é uma propriedade com cerca de 22 hectares, estando inserida na Região Demarcada do Douro desde o período primordial ou pombalino, entre 1757 e 1761, na zona dos ‘Vinhos de Feitoria’.

A região dos ‘Vinhos de Feitoria’, abrangia apenas vinhas de 34 freguesias do Douro, consideradas como sendo as que originavam os vinhos de melhor qualidade, o ‘Vinho Fino’. Não só se estabeleceram os limites da região, alargadas entre 1788 e 1793 pelas demarcações subsidiárias ou marianas (Pereira, G. M., 2005), mas foram definidas também as estritas normas de produção e comércio que, atualizadas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, I.P., permitem suster a elevada qualidade destes vinhos…

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